segunda-feira, 25 de julho de 2016

Chegadas e partidas

Tão importante quanto saber entrar, é saber sair. Saber o momento de seguir em frente, de passar a novas experiências, de abrir espaços para as experiências dos outros também.

Há a ocasião em que as nossas ideias são diferentes, inovadoras, em que representam uma nova perspectiva. Há a ocasião em que se consolidam, dão resultados, florescem e perfumam. Há, por fim, a ocasião em que viram tradição, cristalizadas num jeito de pensar que pode impedir o ciclo natural da renovação. É preciso saber sair antes que isso aconteça. Antes que as flores murchem, caiam e percam a cor.

Para saber sair, porém, talvez seja preciso também aprender a deixar sair. Aprender a "perder", a não ter mais, a estar "só". É difícil olhar para o lado e não ver mais ali o companheiro de luta de tanto tempo. Mais difícil ainda é conceber que ele possa estar feliz, porque tomou a decisão certa, porque soube entrar e também soube sair. Mas só assim, somente aprendendo a deixar, é possível ir embora com tranquilidade, pois só assim temos condições de compreender os sentimentos dos companheiros que ficam quando chega a nossa hora de se despedir.

Afinal, toda posse, toda retenção e toda exigência são violentas por natureza, e onde há violência, não existe amor. O amor pleno, portanto, somente é possível com a mais completa doação.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Para além do perdão

O único teste válido de uma verdadeira iniciação no mundo da cosmo-consciência é o fato de alguém ser totalmente imunizado contra qualquer sentimento de ofendismo crônico e de ofendite aguda. Enquanto o homem se move ainda no plano horizontal do ego, mesmo do ego virtuoso, é ele alérgico e vulnerável em face de ofensas e injustiças, e só pode assumir uma das duas alternativas do homem profano: ou vingar-se - ou perdoar ao ofensor. O ego é como a água, sempre nivelada horizontalmente; toda a água, quando deitada num recipiente impuro, se torna impura. Nenhum ego pode conservar-se puro, indene de contaminação, em face de ofensas. Embora o ego virtuoso seja melhor que o ego vicioso, é uma ilusão que o ego virtuoso seja puro e incontaminável; o simples fato de o homem virtuoso perdoar ao ofensor é prova de que ele se sentiu ofendido; se não se sentisse ofendido, não teria nada que perdoar. E sentir-se ofendido é ser contaminado pelo ambiente do ego ofensor. Toda perdoação prova contaminação.

Quando, porém, o homem transcende a horizontalidade aquática do ego humano e entra na verticalidade da luz do Eu divino, então - adeus contaminalidade! Adeus alergia das circunstâncias ofensivas! Esse homem está para além de vingança e perdoação. Não existe luz impura. Pode a luz entrar nas maiores impurezas, ela sairá sempre pura como entrou.

E não dizia o maior dos Mestres: "Vós sois a luz do mundo"?

Quando o homem supera o ego ofendível e entra no Eu inofendível, então, e só então, atingiu ele as alturas da sua completa e definitiva libertação.

[...]

O maior feito de Gandhi não foi a libertação da Índia da tirania dos ingleses - o maior feito do Mahatma foi a libertação de si mesmo da tirania do seu próprio ego. Grande foi a sua libertação corporal pela brahmacharya - incomparavelmente maior, porém, foi a libertação do seu ego-mental-emocional pela conquista da perfeita inofendibilidade.

[Mahatma Gandhi, cap. "Nunca ninguém me ofendeu" - Huberto Rohden]

Coerência

Admito que há na minha vida numerosas incoerências. Mas como me chamam mahatma (grande alma), estou disposto a endossar as palavras de Emerson, de que a tola coerência é o cavalo de batalha dos espíritos medíocres. Acho que vai certo método através das minhas incoerências. Creio que há uma coerência que passa por todas as minhas aparentes incoerências - assim como há na natureza uma unidade que permeia todas as aparentes diversidades.

Amigos meus que me conhecem têm verificado que eu tenho tanto de um homem moderado quanto de um extremista, que eu sou tão conservador quanto revolucionário. Assim se explica, talvez, a minha boa sorte de ter amigos entre esses tipos extremos de homens. Essa mescla, creio, corre por conta da minha própria ahimsa.

A minha incoerência é meramente aparente, devido à atitude que tomo em face de circunstâncias várias. Certo tipo de coerência aparente pode ser até uma obstinação real.

Recuso-me a ser escravo de precedentes ou a praticar algo que não compreenda nem possa defender com base moral. Não sacrifiquei princípio algum a fim de conseguir alguma vantagem política.

Tive a sorte, ou falta de sorte, de colher o mundo de surpresa. Novos experimentos, ou experimentos velhos em forma nova, geram, por vezes, incompreensão.

[...] 

Nunca fiz da coerência um fetiche. Sou adepto da Verdade, e tenho de dizer o que sinto e penso, em dado momento, sobre isto ou aquilo, independente do que tenha dito anteriormente sobre o assunto... Na medida que a minha visão se vai tornando mais clara, meus pontos de vista se esclarecem com a prática diária. Quando modifico deliberadamente a minha opinião, as consequências são inevitáveis. Mas somente um olhar apurado é capaz de verificar nisto uma evolução gradual e imperceptível.

Não estou absolutamente interessado em parecer coerente. No meu caminho em busca da Verdade, tenho abandonado muitas ideias e tenho aprendido muitas coisas novas. Velho como sou de corpo, não tenho a consciência de ter cessado de crescer interiormente, ou que o meu crescimento vá estagnar com a dissolução da minha carne. O que me interessa é a minha atitude de prontidão em obedecer ao chamamento da Verdade, o meu Deus, de momento a momento.

Há princípios eternos que não admitem compromisso, e o homem deve estar disposto a sacrificar a sua vida para obedecer a esses princípios.

[Palavras do próprio Gandhi, citadas no livro Mahatma Gandhi,  
cap. "As 'Coerentes Incoerências' de Gandhi", de Huberto Rohden]

domingo, 22 de maio de 2016

Verdade

Desde esse tempo, convenceu-se Gandhi de que a verdade não tem partido nem credo; que ninguém é dono da verdade nem possui monopólio da mesma; que a verdade é como a luz, a vida, o espírito; que ela é o próprio Deus, e que cada um participa da verdade na medida que possui experiência de Deus. Nenhuma sociedade religiosa pode dar ao homem a verdade, mas todas elas, quando fiéis ao espírito divino, podem aplainar os caminhos para que o homem, assim preparado, tenha o seu encontro direto com o Deus da Verdade, que é a Verdade de Deus. Uma igreja que afirma possuir o monopólio da verdade apostata, com isto mesmo, do espírito da Verdade.

Quem não aprendeu a ser solitário em Deus não pode ser, sem perigo, solidário com os homens.

[Mahatma Gandhi, cap. "Experiências em Londres" - Huberto Rohden]

sexta-feira, 6 de maio de 2016

A água e a luz

O homem profano é impuro com os impuros; O homem místico é puro longe dos impuros; O homem crístico é puro no meio dos impuros.

O místico é como a água, que, quando bem isolada, se conserva pura, mas, quando posta em contato com coisas impuras, se torna impura.

O homem crístico é como a luz ("vós sois a luz do mundo") que, embora penetre em todas as impurezas, jamais se torna impura.

Em última análise, existe um único meio de tornar bons os outros - é ser bom. Quem é realmente bom faz bem a todos, porque o seu ser-bom facilita aos outros serem bons também, mesmo que esses "outros" lhe sejam totalmente desconhecidos, e mesmo que habitassem as mais longínquas praias da mais distante das galáxias do universo. Ser-bom atua a qualquer distância, indiferente a tempo e espaço.

[Mahatma Gandhi, cap. "GANDHI, o homem que ultrapassou a mística" - Huberto Rohden]

Conceitos básicos para uma ação educadora

Método

1- Conceito direção

Não atacar diretamente as imperfeições, e, sim, fazê-lo mediante o desenvolvimento das perfeições que lhes sejam opostas. Exemplo: não tentar reduzir o orgulho, e, sim, promover o surto da humildade. É o avanço da virtude que faz recuar o vício. "O mal está apenas guardando o lugar enquanto o bem não chega" (Guimarães Rosa)

2- Conceito aula

Evitar tanto quanto possível as longas exposições orais e as chamadas "lição de moral evangélica" e o "sermão doméstico". Procurar formar hábitos em lugar da "lição de moral". "A educação é o conjunto dos hábitos adquiridos " (LE - perg. 685a, parágrafo 2).

3- Conceito prazer X esforço

O prazer legítimo é o efeito do esforço despendido. Uma contrapartida de oposição ao Prazer X Esforço. A condição do prazer de amanhã é o esforço de hoje. Alguns evangelizadores procuram primeiro as brincadeiras e folguedos como motivação, para, depois, exigirem o esforço. O inverso é mais natural.

4- Conceito linguagem

Expungir da linguagem as expressões piegas do evangelismo (evangelinfernação). É o uso repetitivo das palavras "amor", "Jesus", "caridade" e outros.

Aprendizagem

5- Conceito aprendizagem

A Filosofia Espírita da Educação apresenta dois conceitos de aprendizagem, válidos cada um para cada estágio genético-evolutivo.

Primeiro: na infância e na adolescência, aprender é mudar de pensamento e de comportamento pelo afloramento das perfeições já conquistadas em vidas anteriores que denominamos virtualidades relativas.

Segundo: na juventude e na madureza, aprender é conectar, ou "pinçar" as pontas dessas perfeições (ou conhecimentos) já afloradas na infância e na adolescência, a ampliação delas; ou "amarrá-las" a novas perfeições a conquistar, despertando-as. São verdadeiras sinapses de sutura pedagógica entre o passado anímico e o presente, dando prosseguimento à educação. (O Que é o Espiritismo - I, Esquecimento do passado), (GE - I, item 42, nota 1), (LE - perg. 218a), (GE - XVI, item 9, parágrafo 2), etc.

Educando

6- Conceito reencarnado

O educando é um reencarnado (Herculano Pires). Este pensamento é fundamental. Dele emanam todos os outros conceitos de educador, currículo, método, disciplina, fins da educação, etc.

7- Conceito núcleo rígido

Chamamos de núcleo rígido, a parte mais profunda e central do Espírito (ou do inconsciente) ainda inacessível ao esforço pedagógico na presente encarnação. Podendo ser atingido em vidas posteriores.

Disciplina

8- Conceito responsabilidade

Correção da tendência natural da criança de transferir suas responsabilidades para os outros. Essa tendência, se não corrigida, repercute no adulto, o que é muito frequente. (Vide livro "Agenda Cristã", número XLII - André Luiz).

Educador

9- Preparação emocional

A necessidade de o educador (professor, evangelizador ou pais) ser preparado, não só funcionalmente, mas também emocionalmente para o mister educativo. Não aguardar grandes e imediatos resultados, para evitar decepções. Educação é como chuva miúda, cujos resultados não são observáveis de imediato, mas que penetra na terra, irrigando-a, e forma, depois, mais no fundo, lençóis de água utilizáveis no futuro.

O meigo Nazareno está pacientemente aguardando há 2.000 anos o resultado dos seus ensinamentos.

Sócrates não obteve efeitos imediatos no seu discípulo Alcebíades; nem Sêneca com Nero, nem Aristóteles com Alexandre Magno, ou Bossuet com o delfim da França.

10- Conceito reciclagem

A necessidade permanente de reciclagem dos pais, dos mestres e dos evangelizadores para o domínio dos princípios da Educação Espírita.

Finalidade

11- Primado da educação

O principal fundamento e razão de ser da educação Espírita é o primado da educação (conduta moral) sobre a instrução (conhecimentos).

[Espiritismo e Educação, trechos do cap. "Conceitos básicos para 
uma ação educadora", págs. 71 a 78 - Ney Lobo]

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Por que Espiritismo é Educação?

Terá de haver um fator de igualação. Algo de comum e essencial aos dois conceitos. Procuremos esse fator. Ora, educar vem do latim "educere" que significa tirar, extrair (de dentro) de alguma coisa (e = fora; ducere = conduzir). Portanto, educar é conduzir para fora. Para fora do quê? Para fora do íntimo, do fundo, do espírito, do educando. Mas conduzir o quê para fora do educando? Conduzir as suas perfeições que jazem no fundo de sua alma, e aí permanecem em estado potencial, aguardando sua atualização. Processo esse de atualização (realização) que nada mais é do que educação (conduzir para fora).

Por outro lado, o Espiritismo também visa a essa emersão de todas as aptidões que Deus depositou no âmago de nossa alma no ato que criou nosso espírito. E da mesma forma, em estado potencial, cabendo a cada Espírito assim criado o esforço íntimo de promoção (auto-educação) desse afloramento das perfeições ou virtudes. Esse processo educativo se resume no fim individual da Educação Espírita que é Desenvolvimento da Espiritualidade também conhecido pela expressão Reforma Íntima (contínua). O conjunto de nossas perfeições em estado potencial é enfeixado na expressão Perfectibilidade que é a mesma Espiritualidade em estado latente.

Conclusão: o fator de igualação procurado entre Espiritismo e Educação é o Desenvolvimento da potencialidade da alma (Reforma Íntima), comum tanto a um quanto ao outro conceito.

[Espiritismo e Educação, cap. "A força docente da 
Doutrina Espírita", pág. 39 - Ney Lobo]

terça-feira, 19 de abril de 2016

Encarnação, Reencarnação e Educação

A encarnação procura responder à pergunta: para que (futuro) encarnamos? Ela focaliza o presente, mas o presente voltado para o futuro.

A reencarnação procura responder à pergunta por que (passado) reencarnamos? Focaliza o passado, mas o passado projetado no presente.

Segundo o enfoque encarnatório - como ele se acha conceituado acima - a educação representa o processo (auto ou hetero) de afloramento das perfeições que jazem no acervo potencial do espírito de cada encarnado.

[Na perspectiva reencarnatória], educar consitirá em induzir o educando a: 1º - aceitar os seus infortúnios atuais com resignação como consequências dos desvios evolutivos pretéritos; 2º - assumir a responsabilidade por essas ações cometidas no uso do seu livre-arbítrio; 3º - predispor-se à reparação desses desvios.

[Espiritismo e Educação, cap. "Estudo espírita da unidade 
educacional encarnação / reencarnação", págs. 21, 22 e 25 - Ney Lobo]

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Science as Collaborative Search

The kind of decision processes instantiated in both the binary and realvalued particle swarm algorithms exemplify a tendency that has been widely regarded as a flaw or error when seen in human cognition. Karl Popper (1959) revolutionized scientific methodology by persuading us that it is impossible to confirm a hypothesis—it is only possible to disprove one. In his famous example, even if you have seen a million white swans, and never in your life have you seen any other color, you still have not conclusively proven that “all swans are white.” On the other hand, a single black swan will disprove the statement. Modern scientific methodology is based on the philosophy of null hypothesis testing, which takes the tack of trying to prove the hypothesis that your research hypothesis is in fact false, that is, you look for black swans. A hypothesis cannot be tested unless it is falsifiable, and scientific proof relies on identifying what would happen if the hypothesis were indeed false and then discovering if those events occur in an experimental situation.

While it is logically impossible to prove a hypothesis by accumulating support for it, this is exactly the approach people normally take. Cognitive psychologists call this tendency confirmation bias, the propensity to irrationally seek confirmation for our beliefs, rather than falsification. Klayman and Ha (1987) turned the issue around by pointing out that falsification is not a good strategy for determining the truth or falsehood of many hypotheses. They proposed that people tend to use a “positive test strategy,” which is defined as testing cases that are expected to produce the hypothesized result, rather than testing cases that are intended to fail to produce it. They suggested that people use the positive test strategy (+testing) as a default heuristic. Further, they noted that “as an allpurpose heuristic, +testing often serves the hypothesis tester well” (p. 225).

Another way of looking at this is to compare truth and certainty. Most of the time, people solving  a problem don’t require knowledge that something be established as true; they only require that it be established to a level of certainty. As Karl Popper said in a recent interview with writer John Horgan (1996), “We must distinguish between truth, which is objective and absolute, and certainty, which is subjective.” Adjusting your hypotheses toward the consensus position and testing cases that confirm what you already believe are methods for increasing the sense of certainty. One thing that will undermine that sense is of course contradiction by empirical facts; thus, “+testing” can only work if it is consistent with phenomena in the world. While it is possible to build up certainty in the absence of truth, the two are not independent—a fact that can be capitalized on. Strategies that increase certainty may be likely to discover truths as well.

In the model we have just described, individuals move toward their previous successes; confirmation bias is fundamental to this strategy. But this is an elaborated, social confirmation bias: individuals seek to confirm not only their own hypotheses but also those of their neighbors. Paradoxically, though we may be pointing out that people are not very scientific in their thinking, especially insofar as science is supposed to be mathematical and deductive, even scientists act like this. What Thomas Kuhn (1970) calls a paradigm is a kind of confirmatory social convergence of scientists in a theoretical decision space: “A paradigm is what the members of a scientific community share, and conversely, a scientific community consists of men who share a paradigm” (p. 176). The scientists come to agreement on the use of terminology, acceptable research methods, and other aspects of their work, and it is by intense communal focus on a narrowly defined subject domain that the scientists are able to fully exploit the learning that has preceded them. In the particle swarm analogy, a Kuhnian “revolution” occurs when an individual finds a better region of the search space and begins to attract its neighbors toward it by becoming the best in the neighborhood.

In the 1960s and 1970s some evolutionary theorists began to propose a correspondence between scientific and evolutionary processes that continues to be reiterated (Campbell, 1965, 1974; Popper, 1972; Lorenz, 1973; Atmar, 1976; Dawkins, 1987). In this view, an individual member of a species represents a hypothesis about the logical properties of the environment; the validity of the hypothesis is shown by the survival of the individual. This inductive approach to learning leads to constantly improving prediction of the important aspects of the environment. As in previous discussion of the memetic view, our objection to the too-literal acceptance of this view has to do with the difference between selection, as it occurs in evolution, and change as it appears in learning. A scientist often has a long career spanning the comings and goings of multiple paradigms. Hypotheses are ideas that are held in the minds of scientists, who are able through constant refinement, through constant adaptatio —through learning—to improve the validity of their hypotheses. The evolutionary perspective looks at the mutation and selection of ideas per se, while the particle swarm view looks at the adaptive changes of individuals who hold those ideas.

In informal human social search of a problem space, little effort is typically made to carefully choose data, and both measurement and sampling error are extremely plentiful—a glance through any textbook in social or cognitive psychology will reveal dozens of “heuristics,” “biases,” and “errors” in human information processing. We propose that many of the biases result from the “particle swarm” tendency of individuals to move toward self- and social confirmation of hypotheses—a tendency that, while logically invalid, in fact results in excellent information-processing capabilities. We don’t agree that human thinking is faulty; we suggest on the contrary that formal logic is insufficient to solve the kinds of problems that humans typically deal with.

[Swarm Intelligence, cap. 7: "The Particle Swarm" - James Kennedy e Russel C. Eberhart]

sábado, 26 de março de 2016

Lições

No PRESENTE estamos construindo nosso FUTURO, mas toda construção do PRESENTE depende do que já construímos em nosso PASSADO. A natureza não dá saltos.

"A criatura estacionária na região dos impulsos perde-se num labirinto de causas e efeitos, desperdiçando tempo e energia; quem se entrega, de modo absoluto, ao esforço maquinal, sem consulta ao passado e sem organização de bases para o futuro, mecaniza a existência, destituindo-a de luz edificante; os que se refugiam exclusivamente no templo das noções superiores sofrem o perigo da contemplação sem as obras, da meditação sem trabalho, da renúncia sem proveito." [No Mundo Maior - cap. 4]

Desenvolvimento do Espírito:
  1. Anomia (a: negação, nomia: regra, lei): egocentrismo
  2. Heteronomia (a lei vem do exterior, do outro): respeito unilateral, imposição, coação
  3. Autonomia (capacidade de se governar por si mesmo): descentração, respeito mútuo, cooperação, reciprocidade, afetividade

A educação baseada na autoridade unilateral, na imposição de cima para baixo, gera criaturas dependentes, que apenas repetem o que ouvem, sem consciência do que fazem.

O conhecimento vem da interação do indivíduo com o meio (material e espiritual). Através da experiência o indivíduo constrói o conhecimento dentro de si mesmo.

Trabalhar o individual e o social ao mesmo tempo pode parecer proposta arrojada, mas o educador do futuro, que percebe o alcance da Educação do Espírito, terá aí a sua linha de trabalho.

É necessário promover a interação social entre as crianças de mesmo nível (para fortalecer as aptidões naturais) e interações com crianças de níveis diferentes (para promover a descentração de si mesma através da ajuda mútua).

[Reflexões extraídas do livro Educação do Espírito - 
Introdução à Pedagogia Espírita, de Walter Oliveira Alves]

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Interdisciplinar-se

In Castlegar, Canada, there is a golf shop that also offers vacuum-cleaner repairs, and in the Czech Republic town of Kostelec nad Orlicí, a business will sell you both wine and underwear. Such odd couplings are humorous because of their curiously limited scope. There is nothing funny, after all, about a megastore that repairs equipment and sells golf clubs, wine, underwear and everything else under the Sun. 

Most scientists are aware of the term [interdisciplinarity], and many will have used it. But how many are truly engaged in it? Done correctly, it is not mere multidisciplinary work — a collection of people tackling a problem using their specific skills — but a synthesis of different approaches into something unique. It is the wine and underwear shop, not the hypermarket.

An interdisciplinary approach should drive people to ask questions and solve problems that have never come up before. But it can also address old problems, especially those that have proved unwilling to yield to conventional approaches.

True interdisciplinary science cannot be rushed, not least because the best course of investigation is rarely clear at the outset. Research questions must be assessed and decided with input from all involved. An interdisciplinary project cannot exist as one main subject that sucks in the majority of the resources and leaves the partners as orbiting satellites.

Communication is crucial. The varying use of language across disciplines might seem a superficial problem, but it is one that must be solved, or misunderstandings will undermine the foundations of the project. There must also be no hierarchy, or perceived hierarchy. All involved must be confident that colleagues from other disciplines use equal academic rigour and scientific standing, even if the methods used in rival fields seem alien. It takes time to see the value in other approaches. It takes an open mind to appreciate an appliance-mending golf shop.

[Trechos retirados de Mind meld, editorial da edição especial da 
revista Nature sobre o tema interdisciplinaridade setembro de 2015]

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Tarefas imediatas

Em Seareiros de Volta, livro de mensagens recebidas por Waldo Viera, quando militava ao lado de Chico Xavier, encontramos na página intitulada A conclusão da pesquisa, ditada por Ignacio Bittencourt, esta revelação estarrecedora: "... entre todas as causas que dificultam a marcha da Nova Revelação na Terra, destaca-se, em posição de espetacular e doloroso relevo, a preguiça mental."

A pesquisa que chegou a esta conclusão amarga foi realizada, segundo o espírito comunicante, por "Excelsos Dirigentes do Espiritismo nos planos superiores", que se mostravam intrigados com as dificuldades do avanço necessário da Doutrina em nosso plano. E a conclusão a que chegaram esses pesquisadores espirituais confere visivelmente com o que nos é dado presenciar em nosso meio espírita, dominado pelo comodismo, pela busca de proveitos pessoais, pela indiferença cultural, pela falta de estudo sério e perseverante da Doutrina e - Deus nos acuda! - pela oposição sistemática de certos grupos retrógrados a todas as iniciativas de desenvolvimento cultural do Espiritismo.

Essa revelação explica-nos também as razões ocultas desses grupos. Apegados a pretensos privilégios doutrinários, alardeando posição superior de compreensão da Doutrina e direito sagrados de liderança, esses grupos se tornaram verdadeiros quistos de comodismo vaidoso, que entravam a marcha da Nova Revolução a pretexto de velar pela sua pureza.

Não tivemos, assim, oportunidade para criar em nosso meio um ambiente cultural capaz de nos dar, nesse momento, os especialistas de que necessitamos para a realização das tarefas urgentes que nos solicitam por todos os dados. Já é tempo de reagirmos contra essa situação aviltante. Espiritismo é cultura em marcha, civilização nova em perspectiva. Temos de criar condições para acordar os preguiçosos, sacudir os sonolentos, desmascarar os analfabetos ilustres, os demagogos que só sabem pavonear-se nas tribunas e nas publicações reacionárias. Temos de acabar com a praga da preguiça mental, hipocritamente disfarçada em modéstia, falta de recursos e outras desculpas descabidas. Precisamos estudar, queimar as pestanas, pesquisar, construir a Cultura Espírita em nossa terra. Ou faremos isso ou nada mais seremos do que beatos de um novo tipo, esperando de joelhos que o Céu faça por nós o que temos de fazer por nós mesmos.

[Pedagogia Espírita, cap. "Psicologia Espírita da Educação", 
item "Tarefas imediatas" - Herculano Pires] 

A realidade e a utopia

Havendo boa-vontade e compreensão do problema, não se permitindo que o corrosivo do pessimismo, da crítica pedante ou da crítica beócia destrua os germes em desenvolvimento, a Escola de Espiritismo se transformará em realidade. Os dois tipos de crítica a que nos referimos serão inevitáveis: a pedante é a do universitário que zombará das pretensões espíritas, mesmo sendo espírita; a beócia é a do espírito simplista que despreza a cultura e desconhece o Espiritismo, mesmo que esteja nele há cinquenta anos e se encontre em posição de dirigente. Uma e outra crítica nada valem. Só devemos ouvir a crítica honesta e sensata que nos ajudará a superar as deficiências e avançar.

[Pedagogia Espírita, cap. "Escolas de Espiritismo", 
item "A realidade e a utopia" - Herculano Pires] 

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Para uma Pedagogia Espírita

[...] a democratização do ensino se apresenta como elemento integrante da própria Pedagogia Espírita. Não há, nem pode haver, nessa Pedagogia, nenhuma intenção sectária ou salvacionista de tipo restrito. A Pedagogia Espírita não tem por objetivo moldar o educando, mas ajudá-lo a desenvolver suas potencialidades e realizar livremente a sua perfectibilidade.


O objetivo da Educação é o educando. Na Educação Espírita ele não se apresenta apenas como o educando das concepções comuns. Antes de tudo, ele é um reencarnado. [...] Sem conhecermos o educando à luz do Espiritismo, não podemos proporcionar-lhe a Educação Espírita.

[Pedagogia Espírita, cap. "Para uma Pedagogia Espírita", 
itens "Contribuições gerais" e "Roteiro de estudos" - Herculano Pires] 

sábado, 16 de janeiro de 2016

Espiritismo e Educação

Há os que sonham com a presença dos espíritas na vida política, e os que desejam uma atitude firme dos espíritas na batalha contra as injustiças sociais. Todas as intenções são nobres, quando estimuladas pelo ideal espírita. Mas a verdade é que a nossa luta tem dimensões mais amplas. Nosso trabalho dever realizar-se nos alicerces, na própria base da vida política e da justiça social, que é a orientação e a formação do homem novo de amanhã. Quanto maior é o objetivo a atingir-se, mais penosa, mais dolorosa e mais longa é a luta. Não nos interessam os efeitos de superfície. O Espiritismo, como ensinou Kardec, é uma questão de essência e não de forma, de fundo e não de superfície. Temos de remodelar o mundo a partir dos seus fundamentos.

[Pedagogia Espírita, cap. "Educação para um mundo novo", 
item "União para a grande luta" - Herculano Pires]

domingo, 10 de janeiro de 2016

Palavras de Gandhi

Na minha humilde opinião, a não-cooperação com o mal é um dever tão importante quanto a cooperação com o bem.


A liderança é essencial na resistência civil de massa; na resistência civil individual, cada manifestante é o seu próprio líder.


O bem viaja com a velocidade de uma lesma. Aqueles que querem praticar o bem não são egoístas, não estão com pressa, sabem que é preciso muito tempo para impregnar as pessoas com o bem. 


Meu objetivo não é ser coerente com minhas declarações anteriores sobre um determinado problema, mas sim coerente com a verdade como pode se apresentar a mim, num determinado momento.

[As Palavras de Gandhi, 5ª edição - Richard Attenborough]