domingo, 28 de fevereiro de 2016

Interdisciplinar-se

In Castlegar, Canada, there is a golf shop that also offers vacuum-cleaner repairs, and in the Czech Republic town of Kostelec nad Orlicí, a business will sell you both wine and underwear. Such odd couplings are humorous because of their curiously limited scope. There is nothing funny, after all, about a megastore that repairs equipment and sells golf clubs, wine, underwear and everything else under the Sun. 

Most scientists are aware of the term [interdisciplinarity], and many will have used it. But how many are truly engaged in it? Done correctly, it is not mere multidisciplinary work — a collection of people tackling a problem using their specific skills — but a synthesis of different approaches into something unique. It is the wine and underwear shop, not the hypermarket.

An interdisciplinary approach should drive people to ask questions and solve problems that have never come up before. But it can also address old problems, especially those that have proved unwilling to yield to conventional approaches.

True interdisciplinary science cannot be rushed, not least because the best course of investigation is rarely clear at the outset. Research questions must be assessed and decided with input from all involved. An interdisciplinary project cannot exist as one main subject that sucks in the majority of the resources and leaves the partners as orbiting satellites.

Communication is crucial. The varying use of language across disciplines might seem a superficial problem, but it is one that must be solved, or misunderstandings will undermine the foundations of the project. There must also be no hierarchy, or perceived hierarchy. All involved must be confident that colleagues from other disciplines use equal academic rigour and scientific standing, even if the methods used in rival fields seem alien. It takes time to see the value in other approaches. It takes an open mind to appreciate an appliance-mending golf shop.

[Trechos retirados de Mind meld, editorial da edição especial da 
revista Nature sobre o tema interdisciplinaridade setembro de 2015]

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Tarefas imediatas

Em Seareiros de Volta, livro de mensagens recebidas por Waldo Viera, quando militava ao lado de Chico Xavier, encontramos na página intitulada A conclusão da pesquisa, ditada por Ignacio Bittencourt, esta revelação estarrecedora: "... entre todas as causas que dificultam a marcha da Nova Revelação na Terra, destaca-se, em posição de espetacular e doloroso relevo, a preguiça mental."

A pesquisa que chegou a esta conclusão amarga foi realizada, segundo o espírito comunicante, por "Excelsos Dirigentes do Espiritismo nos planos superiores", que se mostravam intrigados com as dificuldades do avanço necessário da Doutrina em nosso plano. E a conclusão a que chegaram esses pesquisadores espirituais confere visivelmente com o que nos é dado presenciar em nosso meio espírita, dominado pelo comodismo, pela busca de proveitos pessoais, pela indiferença cultural, pela falta de estudo sério e perseverante da Doutrina e - Deus nos acuda! - pela oposição sistemática de certos grupos retrógrados a todas as iniciativas de desenvolvimento cultural do Espiritismo.

Essa revelação explica-nos também as razões ocultas desses grupos. Apegados a pretensos privilégios doutrinários, alardeando posição superior de compreensão da Doutrina e direito sagrados de liderança, esses grupos se tornaram verdadeiros quistos de comodismo vaidoso, que entravam a marcha da Nova Revolução a pretexto de velar pela sua pureza.

Não tivemos, assim, oportunidade para criar em nosso meio um ambiente cultural capaz de nos dar, nesse momento, os especialistas de que necessitamos para a realização das tarefas urgentes que nos solicitam por todos os dados. Já é tempo de reagirmos contra essa situação aviltante. Espiritismo é cultura em marcha, civilização nova em perspectiva. Temos de criar condições para acordar os preguiçosos, sacudir os sonolentos, desmascarar os analfabetos ilustres, os demagogos que só sabem pavonear-se nas tribunas e nas publicações reacionárias. Temos de acabar com a praga da preguiça mental, hipocritamente disfarçada em modéstia, falta de recursos e outras desculpas descabidas. Precisamos estudar, queimar as pestanas, pesquisar, construir a Cultura Espírita em nossa terra. Ou faremos isso ou nada mais seremos do que beatos de um novo tipo, esperando de joelhos que o Céu faça por nós o que temos de fazer por nós mesmos.

[Pedagogia Espírita, cap. "Psicologia Espírita da Educação", 
item "Tarefas imediatas" - Herculano Pires] 

A realidade e a utopia

Havendo boa-vontade e compreensão do problema, não se permitindo que o corrosivo do pessimismo, da crítica pedante ou da crítica beócia destrua os germes em desenvolvimento, a Escola de Espiritismo se transformará em realidade. Os dois tipos de crítica a que nos referimos serão inevitáveis: a pedante é a do universitário que zombará das pretensões espíritas, mesmo sendo espírita; a beócia é a do espírito simplista que despreza a cultura e desconhece o Espiritismo, mesmo que esteja nele há cinquenta anos e se encontre em posição de dirigente. Uma e outra crítica nada valem. Só devemos ouvir a crítica honesta e sensata que nos ajudará a superar as deficiências e avançar.

[Pedagogia Espírita, cap. "Escolas de Espiritismo", 
item "A realidade e a utopia" - Herculano Pires] 

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Para uma Pedagogia Espírita

[...] a democratização do ensino se apresenta como elemento integrante da própria Pedagogia Espírita. Não há, nem pode haver, nessa Pedagogia, nenhuma intenção sectária ou salvacionista de tipo restrito. A Pedagogia Espírita não tem por objetivo moldar o educando, mas ajudá-lo a desenvolver suas potencialidades e realizar livremente a sua perfectibilidade.


O objetivo da Educação é o educando. Na Educação Espírita ele não se apresenta apenas como o educando das concepções comuns. Antes de tudo, ele é um reencarnado. [...] Sem conhecermos o educando à luz do Espiritismo, não podemos proporcionar-lhe a Educação Espírita.

[Pedagogia Espírita, cap. "Para uma Pedagogia Espírita", 
itens "Contribuições gerais" e "Roteiro de estudos" - Herculano Pires]