Terá de haver um fator de igualação. Algo de comum e essencial aos dois conceitos. Procuremos esse fator. Ora, educar vem do latim "educere" que significa tirar, extrair (de dentro) de alguma coisa (e = fora; ducere = conduzir). Portanto, educar é conduzir para fora. Para fora do quê? Para fora do íntimo, do fundo, do espírito, do educando. Mas conduzir o quê para fora do educando? Conduzir as suas perfeições que jazem no fundo de sua alma, e aí permanecem em estado potencial, aguardando sua atualização. Processo esse de atualização (realização) que nada mais é do que educação (conduzir para fora).
Por outro lado, o Espiritismo também visa a essa emersão de todas as aptidões que Deus depositou no âmago de nossa alma no ato que criou nosso espírito. E da mesma forma, em estado potencial, cabendo a cada Espírito assim criado o esforço íntimo de promoção (auto-educação) desse afloramento das perfeições ou virtudes. Esse processo educativo se resume no fim individual da Educação Espírita que é Desenvolvimento da Espiritualidade também conhecido pela expressão Reforma Íntima (contínua). O conjunto de nossas perfeições em estado potencial é enfeixado na expressão Perfectibilidade que é a mesma Espiritualidade em estado latente.
Conclusão: o fator de igualação procurado entre Espiritismo e Educação é o Desenvolvimento da potencialidade da alma (Reforma Íntima), comum tanto a um quanto ao outro conceito.
[Espiritismo e Educação, cap. "A força docente da
Doutrina Espírita", pág. 39 - Ney Lobo]