sexta-feira, 6 de maio de 2016

Conceitos básicos para uma ação educadora

Método

1- Conceito direção

Não atacar diretamente as imperfeições, e, sim, fazê-lo mediante o desenvolvimento das perfeições que lhes sejam opostas. Exemplo: não tentar reduzir o orgulho, e, sim, promover o surto da humildade. É o avanço da virtude que faz recuar o vício. "O mal está apenas guardando o lugar enquanto o bem não chega" (Guimarães Rosa)

2- Conceito aula

Evitar tanto quanto possível as longas exposições orais e as chamadas "lição de moral evangélica" e o "sermão doméstico". Procurar formar hábitos em lugar da "lição de moral". "A educação é o conjunto dos hábitos adquiridos " (LE - perg. 685a, parágrafo 2).

3- Conceito prazer X esforço

O prazer legítimo é o efeito do esforço despendido. Uma contrapartida de oposição ao Prazer X Esforço. A condição do prazer de amanhã é o esforço de hoje. Alguns evangelizadores procuram primeiro as brincadeiras e folguedos como motivação, para, depois, exigirem o esforço. O inverso é mais natural.

4- Conceito linguagem

Expungir da linguagem as expressões piegas do evangelismo (evangelinfernação). É o uso repetitivo das palavras "amor", "Jesus", "caridade" e outros.

Aprendizagem

5- Conceito aprendizagem

A Filosofia Espírita da Educação apresenta dois conceitos de aprendizagem, válidos cada um para cada estágio genético-evolutivo.

Primeiro: na infância e na adolescência, aprender é mudar de pensamento e de comportamento pelo afloramento das perfeições já conquistadas em vidas anteriores que denominamos virtualidades relativas.

Segundo: na juventude e na madureza, aprender é conectar, ou "pinçar" as pontas dessas perfeições (ou conhecimentos) já afloradas na infância e na adolescência, a ampliação delas; ou "amarrá-las" a novas perfeições a conquistar, despertando-as. São verdadeiras sinapses de sutura pedagógica entre o passado anímico e o presente, dando prosseguimento à educação. (O Que é o Espiritismo - I, Esquecimento do passado), (GE - I, item 42, nota 1), (LE - perg. 218a), (GE - XVI, item 9, parágrafo 2), etc.

Educando

6- Conceito reencarnado

O educando é um reencarnado (Herculano Pires). Este pensamento é fundamental. Dele emanam todos os outros conceitos de educador, currículo, método, disciplina, fins da educação, etc.

7- Conceito núcleo rígido

Chamamos de núcleo rígido, a parte mais profunda e central do Espírito (ou do inconsciente) ainda inacessível ao esforço pedagógico na presente encarnação. Podendo ser atingido em vidas posteriores.

Disciplina

8- Conceito responsabilidade

Correção da tendência natural da criança de transferir suas responsabilidades para os outros. Essa tendência, se não corrigida, repercute no adulto, o que é muito frequente. (Vide livro "Agenda Cristã", número XLII - André Luiz).

Educador

9- Preparação emocional

A necessidade de o educador (professor, evangelizador ou pais) ser preparado, não só funcionalmente, mas também emocionalmente para o mister educativo. Não aguardar grandes e imediatos resultados, para evitar decepções. Educação é como chuva miúda, cujos resultados não são observáveis de imediato, mas que penetra na terra, irrigando-a, e forma, depois, mais no fundo, lençóis de água utilizáveis no futuro.

O meigo Nazareno está pacientemente aguardando há 2.000 anos o resultado dos seus ensinamentos.

Sócrates não obteve efeitos imediatos no seu discípulo Alcebíades; nem Sêneca com Nero, nem Aristóteles com Alexandre Magno, ou Bossuet com o delfim da França.

10- Conceito reciclagem

A necessidade permanente de reciclagem dos pais, dos mestres e dos evangelizadores para o domínio dos princípios da Educação Espírita.

Finalidade

11- Primado da educação

O principal fundamento e razão de ser da educação Espírita é o primado da educação (conduta moral) sobre a instrução (conhecimentos).

[Espiritismo e Educação, trechos do cap. "Conceitos básicos para 
uma ação educadora", págs. 71 a 78 - Ney Lobo]

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